Antes de continuar o Diário e começar a PARTE 2, queria muito agradecer todas as mensagens carinhosas que recebi aqui no blog, no Instagram, Facebook, e-mail, Snap e, até das pessoas conhecidas, pelo Whatsapp. Vocês são muito especiais amores, muito mesmo! Saibam que cada palavra de amor e solidariedade me dá forças e coragem para continuar a contar minha história. Porque, tenham certeza, não é nada fácil falar e expor essa situação.
Aliás, hoje em dia, o mais comum é a pessoa fazer uma FIV e falar “Nossa! Engravidei sem querer!”… Enfim, realmente não é nada fácil admitir que temos um problema e imaginar o que os outros podem ou não pensar da gente… Mas, se for para ajudar nem que seja 1 pessoa meu objetivo já terá sido atingido! 😉
Ah, para quem ainda não teve a oportunidade de ler a PARTE 1 desse Diário explicando como descobri o problema de Infertilidade, é só clicar aqui!
Vamos continuar?! Então vamos!
Como contei para vocês no final do último Diário, o Ueliton resolveu embarcar nessa jornada comigo e, com toda certeza, o alívio de poder dividir esse momento sofrido com ele foi inexplicável… Nem imagino o quanto deve ser difícil viver isso tudo e ainda estar sozinha.
Combinamos de ir na Dra. Natalia juntos para que ela pudesse nos apresentar as opções e ele entender melhor a situação. Fomos lá 2 dias depois e ela, com toda a paciência que só ela tem, explicou absolutamente tudo sobre “coito programado”, “inseminação” e “Fertilização in Vitro”.
Coito programado é monitorar o ciclo e a ovulação através de ecografias para ver o tamanho do folículo e ter uma ideia mais precisa de quando ele vai romper. Assim o médico pode orientar os dias “certos” para as relações sexuais e aumentar as chances de engravidar.
Inseminação é uma “ajudinha”. Método mais simples e rápido que a Fertilização. A mulher usa injeções para estimular a ovulação (até 3 folículos) e depois medicamentos para induzir o rompimento. No momento da ovulação o sêmen do homem é coletado, preparado e introduzido no interior do útero, indo mais longe que em uma relação sexual normal, deixando os espermatozoides mais próximos das trompas. Desta forma eles tem mais facilidade de encontrar o(s) óvulo(s) e fertilizar. É indicado para casais com distúrbios de ovulação, alterações leves no sêmen e provavelmente seria nossa opção!
A Fertilização in Vitro, processo mais delicado, é indicado em casos mais sérios de alterações masculinas (como baixa concentração e mobilidade de espermatozoides), para mulheres com endometriose ou com idade mais avançada. Nesse método, os óvulos da mulher e o esperma do homem são coletados e fertilizados em laboratório. Os embriões formados são transferidos já prontos para o útero da mulher.
Em Junho, já na nossa 1ª tentativa (coito programado porque ainda não tínhamos todos os exames, nem os meus e nem os dele), fomos comemorar o Dia dos Namorados em Miami e ganhei o presente mais significativo de todos. Ueliton me deu um colar lindo com uma menininha. Parecia até que estava adivinhando, né?! Logo uma menininha! Quase morri com o cartão que dizia: “Tenha certeza que quero ser pai dos seus filhos!” Existe demonstração de amor mais linda para essa situação tão sofrida?! Não por menos eu que já era enlouquecida por ele, fiquei ainda mais apaixonada nesse dia! Risos!
Porém, logo que voltamos tivemos uma surpresa ruim. O exame do Ueliton estava muito abaixo do esperado e a Dra. Natalia aconselhou que ele fosse ver um especialista. Foi então que o Ueliton me contou que no começo do ano ele estava se sentindo muito desanimado e sem energia e começou um tratamento de reposição hormonal com um endocrinologista. Segundo o urologista, foi essa reposição que levou a um resultado totalmente fora da curva no espermograma. Para vocês terem uma ideia, se o mínimo necessário (mínimo!) para ter alguma chance (pequena!) de engravidar é 15 milhões de espermatozoides, a contagem dele foi de 1 milhão.
Agora eram 2 fatores somados (1 feminino e 1 masculino!) e mais uma vez meu mundo virou de ponta cabeça… O urologista pediu 1 mês pra resolver o problema, enquanto a Dra. Natalia foi muito clara e certeira: “esse resultado só vai normalizar daqui a 6 meses no mínimo, talvez 1 ano.” O problema?! Eu não tinha esse tempo. E agora??? Enquanto eu não tinha tempo a perder, ele precisava de tempo para resolver.
Em Agosto ele repetiu o exame e como previsto pela Natalia, não tinha melhorado. Sentamos para conversar sobre uma possível solução e combinamos que tentaríamos mais 1 mês o “coito programado” e se o espermograma continuasse ruim iriamos partir para a Fertilização.
Graças a Deus eu tinha minhas viagens à trabalho porque fui começando a ficar maluca! Parecia que todo mês eu iria ter uma surpresa ruim… E isso tudo ainda no meio de uma tentativa de parar de fumar. Imaginem… Eu estava para explodir!!!
Em Setembro mais uma frustração, o exame dele tinha piorado. Já imaginávamos que antes de normalizar, com a retirada dos hormônios, essa era uma possibilidade. Mas, estávamos torcendo para não acontecer… Não teve jeito, de 1 milhão a contagem de esperma caiu para quase zero. Portanto, resolvemos começar as tentativas para fazer a FIV. Como a minha reserva ovariana era pequena e a quantidade que eu tinha de óvulos por mês era muito pouca, a Natalia deixou claro que provavelmente teríamos que fazer várias tentativas até conseguir coletar a quantidade de óvulos necessária para uma Fertilização bem sucedida.
Começamos em Setembro o 1o ciclo de injeções de hormônios para estimular a ovulação. A ideia era conseguir coletar pelo menos alguns. Parei totalmente de fumar, de tomar remédios, de fazer tratamentos estéticos e de fazer exercícios físicos também, porque os ovários ficam enormes e correm risco de torcer. Porém, mais um mês frustrado… A quantidade de folículos foi mínima e a Natalia desaconselhou a coleta.
Lembro que nessa época meu pai e minha mãe já tinham ido várias vezes comigo em consultas e ecografias lá na clínica e eles estavam me dando todo o apoio do mundo! Lembro que saía da clínica toda vez e ia para a casa deles chorar… Nossa que barra… Só pensava que eles já tinham passado dos 70 e eu ainda não tinha dado um neto para eles… Como era difícil, e ao mesmo tempo um alívio, dividir cada uma dessas dificuldades com eles.
Em outubro a Dra. Natalia tinha uma viagem e resolvemos usar anticoncepcional para atrasar a minha menstruação para assim ela estar presente na possível captação no começo de Novembro. Se não conseguíssemos óvulos suficientes nesse ciclo, não poderíamos implantar em Dezembro, só em Janeiro e talvez. Eram tantas dúvidas, e ela sempre muito paciente, me ligava e/ou conversávamos por Whatsapp por horas. Até meu pai ligava para ela para tirar as dúvidas dele! Hahaha! Já disse que Deus colocou um verdadeiro anjo na minha vida, né?! Risos!
Aproveitamos o começo de Outubro para dar uma “relaxada” se é que isso era possível vivendo essa situação e para o Ueliton coletar uma amostra do sêmen dele. A contagem tinha melhorado um pouco e o urologista e o endocrinologista recomendaram que ele congelasse. Aproveitei para voltar a fazer alguns tratamentos estéticos que a médica tinha proibido como VelaShape e Ultra e ver se conseguia me sentir um pouco melhor. Os hormônios deixam a gente muito inchada e eu tinha engordado alguns quilinhos.
Dia 30 de Outubro voltamos as nossas consultas. Comecei mais um ciclo de injeções de hormônio e a Natalia sugeriu que eu procurasse a Erika Nery, acupunturista. Segundo a Nat, ela já tinha ajudado muitas pacientes na estimulação de óvulos, endometriose e também na espessura do endométrio e todos os outros problemas de infertilidade. Lembro que marquei a Erika sem acreditar muito nessa história de acupuntura e também bastante apreensiva por que até então não tínhamos conseguido captar nenhum óvulo.
Foi ai que apareceu o 2o anjo na minha vida. Vocês não imaginam a pessoa doce, atenciosa e com as mãos mais mágicas que já conheci! E o cuidado com cada paciente? E o carinho com que ela te encaixa as 10 da noite se for preciso e te atende com um sorriso de orelha a orelha?! Simplesmente inexplicável!!!! Magicamente tive um ciclo atípico com 12 óvulos e com as injeções e a acupuntura 6 ficaram grandes o suficiente para serem coletados.
Pensem em uma alegria! Combinamos que se a Natalia conseguisse coletar 5 ou mais óvulos já tentaríamos a FIV, mas que menos de 5 teríamos que congelar para tentar a FIV em uma próxima captação.
Fizemos o procedimento domingo, dia 8 de Novembro, mas parecia uma coisa… Sempre tinha uma surpresa ruim… Apenas 3 óvulos foram captados! Lembro que chorei muito quando acordei da anestesia. Como podia um ciclo tão bom de 12 óvulos com 6 estimulados, render apenas 3 coletados? Um misto de frustração e raiva… Não sei explicar… Chorei muito quando voltei para o quarto… Ah, para quem não sabe, a coleta é um procedimento cirúrgico mesmo!
Próxima parada – Tailândia: uma Lua de Mel mais que necessária!!! Embarcamos pouquíssimos dias depois do procedimento e a Natalia ainda estava preocupada com trombose no avião. Mas, era meu aniversário, Ueliton tinha me dado a viagem de presente e no fundo a gente precisava MUITO desse tempo para nós 2… O problema? Minha menstruarão adiantou por causa da captação e desceu ainda na viagem. Por isso, perdemos o dia de começar um novo ciclo de injeções (a 1a ecografia tem que ser feita no 2o dia). Ou seja, nossa única possibilidade para Dezembro? Coito programado!
Continuei o tratamento com a Erika e me sentia a cada sessão de acupuntura mais segura e menos ansiosa. O exame do Ueliton tinha finalmente (6 meses depois…) normalizado e dado um salto para 50 milhões de espermatozóides. Ah que felicidade!!! E, finalmente, começamos a pensar na possibilidade de inseminação! Muito mais fácil e bem menos custoso do que a Fertilização, mas que antes não era uma opção por causa da concentração quase nula de esperma.
A Dra Natalia ainda tinha esperança que conseguiríamos natural e por isso me pediu 2 meses para tentarmos o coito programado. Assim fizemos, com muito menos pressão, em Dezembro e Janeiro. Foi bem mais tranquilo! Fiz até dieta e vários tratamentos estéticos para dar aquela emagrecidinha! Risos! Com o exame do Ueliton normalizado e o acompanhamento da Erika eu já tinha certeza que minha gravidez estava próxima! Fui a uma consulta acompanhada da minha mãe em Janeiro e a Nat riu dizendo pra ela que me queria grávida até Junho de qualquer jeito! Risos!
Como a inseminação tinha se tornado uma possibilidade real, a Natalia me pediu uma “histerossalpingografia”. Para quem nunca ouviu falar nisso também, é um exame das trompas e serve para diagnosticar malformações e obstruções nas trompas que podem contribuir para a dificuldade de engravidar. Sem esse exame ela não poderia inseminar. Senhor Deus, que exame é esse??? Achei que fosse desmaiar de tanta dor! Só quem já fez sabe do que estou falando… Deveria ser PROIBIDO fazer ele sem anestesia, juro… Surreal. Passei um dia inteiro envergada e 2 dias sangrando… Pensem… Mas, tem um lado bom, dizem que ele acaba ajudando quando a mulher não tem maiores problemas. Dizem até que ele dá uma limpadinha em algo que estava “um pouquinho” entupido, porque muita gente engravida logo após esse exame!
Como a Dra Natalia é muito cautelosa, ela não permite que seja feita uma inseminação no mesmo ciclo da histerossalpingografia por causa do contraste que é usado. Por isso, resolvemos tomar anticoncepcional para adiantar meu próximo ciclo e assim ainda ter possibilidade de engravidar no mês de Fevereiro. Nisso, as semanas de moda Internacionais estavam chegando e eu precisava resolver se ia cobrir alguma com o F*Hits ou não. Conversei muito com o Ueliton e resolvi que o trabalho seria muito bom para mim nesse momento.
Após vários meses de tentativas de FIV’s frustradas e coitos programados sem sucesso, resolvemos tentar nossa 1a inseminação. Para tanto, organizamos o ciclo de injeções de hormônio para coincidir com a viagem para Milão. Graças a Deus, tenho no meu trabalho pessoas maravilhosas que me apoiaram desde o 1o momento que contei do problema (Alice, Carol, Lalá e Helena, sem palavras para agradecer o carinho durante esse último ano!) e sabia que poderia contar com elas também nessa viagem internacional. Dividi o quarto com a minha amiga Helena Lunardelli que todas as noites praticamente “segurava minha mão” ali naquele momento “escondido” de injeções.
Assim que cheguei no aeroporto de Brasília (1º de Março), fui direto para o consultório da Natalia. E adivinhem?! Surpresinhas… Claro que não iria ser fácil assim, né? Apenas 1 óvulo tinha estimulado, o que diminuía significativamente a chance da inseminação dar certo, e o meu endométrio estava muito fino para fazer o procedimento. Banho de água fria??? Não! Desta vez não quis nem saber! Falei para Natalia que queria inseminar mesmo só com 1 óvulo e que eu sabia que a Erika ia dar um jeito no meu endométrio.
Já saí do consultório ligando para a secretaria da Erika. Ela, também chamada Erica (fofa!) como sempre muito atenciosa, disse que elas iam me encaixar e me atender ainda aquele dia! Marcamos uma sessão para de tarde e outra para a manhã seguinte e em apenas 2 sessões (em 1 dia e meio) a Erika conseguiu que meu endométrio chegasse a 7.5, mais que o suficiente para inseminar! Agora vocês entendem quando eu digo que ela é meu segundo anjinho?! Ela não existe gente!!!
Dia seguinte (3 de Março), dia da inseminação! Ueliton foi mais cedo para fazer a parte dele e eu cheguei umas 10 da manhã. Dentro da sala de mãos dadas sabíamos que aquele dia ia ser muito especial… Assim que a Nat terminou o procedimento (super rápido, simples e indolor) eu caí no choro… Era tanta gratidão. Engraçado demais… Em nenhum momento daquele processo todo eu tinha sentido isso. Gratidão! Gratidão por ter um parceiro tão especial ao meu lado, gratidão por ter encontrado 2 anjos da guarda que já tinham deixado de ser médicas e se tornado amigas, gratidão por ter condições de procurar ajuda, gratidão de poder, se Deus quisesse, gerar uma vida…
Fui para casa com a tranquilidade de que estava tudo certo! No dia seguinte, fui para a minha 1a sessão pós inseminação com a Erika e ela me perguntou se eu estava ansiosa. Pela primeira vez minha resposta foi “não!”. Parece loucura dizer isso hoje mas eu já sabia que tínhamos conseguido…
A orientação foi esperar 14 dias para fazer o Beta (teste de gravidez). Nessas duas semanas apenas meus pais e 2 amigas sabiam o que eu estava passando, nem a família do Ueliton tinha ideia porque criar expectativa nos outros é muito ruim. Lembro que comecei a comer algumas coisas que eu amava e elas não estavam caindo muito bem. Minha certeza da gravidez foi ainda maior no dia que provei um palmito em casa (amo!) e tinha certeza que ele estava estragado, enquanto o Ueliton comeu também e achou normal. No dia seguinte, tornei a comer outro palmito na casa dos meus pais e o mesmo gosto de “vencido”! Risos! Como nosso corpo é engraçado.
Enfim, os 14 dias passaram e a ansiedade não chegou. Sabe aquela coisa de pular da cama as 8 para fazer o exame??? Então, não tive! Hahaha! Esperei o Ueliton voltar do trabalho e antes do almoço fomos lá no Sabin fazer o BetaHCG. De lá fomos direto para a casa da minha sogra almoçar. Terminado o almoço, sentamos para ver o jornal e ela subiu. Eu brinquei com ele, “será que o exame já esta pronto?” e foi ai que ele tomou o telefone da minha mão para entrar no aplicativo! Risos! Ele que viu o resultado… Ficou calado uns 10 segundos meio branco e olhou pra mim com os olhos cheio d’água “Você não está grávida não! Você está muito grávida!!!”.
Não consegui me conter… As lágrimas pularam! Comecei a soluçar! Eu sabia! EU SABIA!!!!!!! Tivemos que fugir da casa da minha sogra sem dar tchau, porque ela não ia entender nada em me ver chorando daquele jeito e era muito cedo para contar! Mandei o exame na hora para a Natalia para ter certeza e ela me ligou no mesmo segundo MUITO emocionada! Ahhhhh quanta alegria!!! Tinha chegado a hora… A tão sonhada hora de gerar uma vida, de cuidar, ensinar e ajudar na evolução de mais um serzinho especial enviado por Deus e que tinha escolhido a gente como pais… NUNCA, NUNCA, na minha vida inteira me senti tão plena, realizada e nem TÃO feliz!
Como já sei também que vocês vão pedir, já coloquei abaixo o contato da Erika. Indico MUUUITO!
Erika Nery – Acupuntura
Telefone: (61) 3536-8925
Dra. Natalia Zavattiero (Instituto Verhum)
Telefone: (61) 3365 – 4545 (Lago Sul) / Asa Norte (61) 3272-1505